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Estados Unidos homenageia a brasileira Pureza Lopes Loyola por suas ações de combate ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil
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Aos 80 anos, Pureza Lopes Loyola é a única brasileira a
receber o prêmio ‘Heróis no Combate ao Tráfico de Pessoas’,
desde a sua criação, em 2004. A homenagem concedida pelo secretário
de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, ocorreu ontem (15), em
Washington, D.C. Essa premiação consagra Dona Pureza por
seus esforços no combate aos trabalhos em condições análogas à
escravidão no Brasil, um feito inédito para uma mulher nordestina,
preta, pobre e que se alfabetizou somente aos 40 anos, com o objetivo
de ler a Bíblia.
Sua história ficou
conhecida após o lançamento nacional do filme ‘Pureza’, do
diretor Renato Barbieri, em 2022. Inspirado na luta de uma mãe
brasileira que, durante três anos, desafiou fazendeiros e jagunços
para resgatar seu filho da escravidão contemporânea na Amazônia
brasileira. Vencedor de 30 prêmios nacionais e internacionais, o
longa “Pureza”, protagonizado por Dira Paes e grande elenco,
conta ainda com a produção de Marcus Ligocki Jr.
Para assistir a
cerimônia acesse o link.
O trecho da premiação de Pureza Loyola está entre o tempo de
1:05'23 a 1:06'46.
Em celebração a
essa premiação, o filme ‘Pureza’ será exibido na TV Globo na
próxima segunda-feira, dia 19, às 22h, no Tela Quente,
coincidentemente a data do retorno de Dona Pureza ao Brasil já
laureada.
Assista ao trailler:
“Essa premiação
do Tip Hero, conferido à Dona Pureza Lopes Loyola pela Secretaria de
Estado dos Estados Unidos, é de relevância histórica, pois
trata-se da única pessoa no Brasil a receber as duas maiores
condecorações abolicionistas que conhecemos: o Tip Hero, em
Washington, em 2023, e o Anti-Slavery Award, conferido pela Anti
Slavery International, em Londres, em 1997. É a coroação da luta
incansável dessa nossa heroína cabocla em favor dos direitos à
Vida, vivida de forma impactante por Dira Paes no filme Pureza, como
também fortalece sobremaneira a luta abolicionista no Brasil em
todos os campos.”, comenta o cineasta Renato Barbieri.
Trinta anos de
ativismo
Em 2023, a
trajetória de Dona Pureza completa 30 anos. Seu empenho em coletar
provas sobre trabalhadores em situação análoga à escravidão na
Amazônia deu impulso decisivo à criação, em 1995, do Grupo
Especial de Fiscalização Móvel, que uniu auditores-fiscais do
trabalho, policiais federais e procuradores do trabalho para
viabilizar o cumprimento da lei e a observância de direitos
trabalhistas em todo o território nacional.
Entre 1995 e 2021, o
Grupo Móvel libertou mais de 62 mil trabalhadores em condições
análogas à escravidão. Em 2018, segundo estimativas da Walk Free
Foundation, 369 mil pessoas foram submetidas à escravidão no
Brasil. No mesmo ano, segundo a OIT, 40,3 milhões de pessoas foram
submetidas à escravidão em todo o mundo. No ano passado, a
estimativa da OIT para escravizados no mundo subiu para 50 milhões.
Dona Pureza
“Os
olhos do mundo iriam vê-la “, essa foi a frase ou profecia que
Pureza Lopes Loyola ouviu de seu pastor uma semana antes de receber a
ligação do diretor Renato Barbieri, com a notícia de que gostaria
de filmar sua história de luta contra a escravidão moderna, no ano
de 2007. Ali ela decifrou a mensagem: “os olhos do mundo é o
cinema”. O filme Pureza já foi exibido, até o presente momento,
em 20 países.
Dezesseis anos após esse telefonema,
Pureza recebeu das mãos do governo americano a mais alta honraria
que uma ativista pelos Direitos Humanos pode receber, além de ter
sua história de vida aplaudida em todas as esferas de poder no
Brasil e outros países.
Pureza Lopes Loyola
nasceu em Presidente Juscelino, município a 85 km de São Luís, e
se mudou para Bacabal, a 240 km da capital, onde o marido tinha
parentes. Com o fim do casamento, a sobrevivência passou a depender
da olaria familiar e da venda de tijolos na qual trabalhava com seus
cinco filhos.
Em 1993, depois de
meses sem notícias do filho caçula, Antônio Abel, que partiu para
a Amazônia em busca da sorte no garimpo, Pureza decidiu seguir seu
rastro. Com a roupa do corpo e munida de uma bolsa, sua Bíblia e uma
foto de Abel, Pureza estava decidida a encontrá-lo vivo ou morto.
Sabia apenas que ele tinha ido ao Pará.
Em sua busca
determinada por Abel, Pureza visitou grandes fazendas e descobriu um
perverso sistema de aliciamento e escravidão de trabalhadores
“contratados” para derrubar grandes extensões de mata nativa a
fim de converter a área em pastagem para o gado. De fazenda em
fazenda, Pureza conheceu de perto o drama dos peões, tornando-se
amiga e confidente dos trabalhadores. Conheceu por dentro o sistema
pelo qual os empregadores confiscavam documentos de identidade dos
empregados e tornavam-nos totalmente dependentes dos encarregados
para obter ferramentas de trabalho, víveres e produtos básicos.
Ouviu relatos dramáticos de trabalhadores que poderiam ser mortos se
tentassem se rebelar ou fugir.
Com a ajuda da
Comissão Pastoral da Terra – a CPT, Pureza entrou em contato com o
Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho no
Maranhão, no Pará e em Brasília. Chegou a escrever cartas para
três presidentes da República: Fernando Collor, Itamar Franco (o
único que lhe respondeu) e Fernando Henrique Cardoso. Até hoje, ela
guarda uma cópia de cada uma dessas cartas.
Hoje, Abel vive em
Bacabal com Pureza e a família. A política de combate ao trabalho
escravo no Brasil se tornou referência mundial.
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