Quebrando Tabu: Estudo revela desempenho de atletas trans em vôlei

Visibilidade trans (F: Freepik) Com o objetivo de responder se as mulheres transgênero (que se identificam com o gênero oposto ao atribuído ao nascer) submetidas ao esforço físico teriam as mesmas capacidades desportivas que as mulheres cisgênero (que se identificam com o gênero atribuído ao nascer), um grupo de pesquisadores do Centro Universitário São Camilo realizou uma pesquisa inédita no mundo com atletas amadoras de vôlei e revelou importantes aspectos físicos, nutricionais, psicológicos e de performance. Realizado por Leonardo Alvares, professor da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo, e integrado por professores de Nutrição, Psicologia, Fisioterapia e Biomedicina da mesma instituição, o estudo busca compreender se as mulheres trans, nascidas biologicamente homens, apresentam alguma vantagem esportiva em comparação com as mulheres cisgênero. O enfoque específico recai sobre atletas de vôlei, tornando-se o primeiro estudo global a abordar diversas facetas da p...

Autismo e bullying: quais os sinais de que uma criança autista está sofrendo com comportamentos agressivos?

Autistas são maiores vítimas do bullying (F: Unsplash)
Crianças e adolescentes no espectro do autismo são algumas das principais vítimas do bullying, violência que pode vir tanto de forma física quanto psicológica (através de palavras de ameaça e provocações). Segundo Bruna Manzolli, terapeuta parceira da Genial Care, “isso é recorrente porque pessoas no espectro, ou neurodivergentes, apresentam comportamentos atípicos, ou seja, atitudes que não são esperadas de acordo com a sociedade típica, e por isso são julgadas”.

Infelizmente, o bullying ainda é um comportamento agressivo que se faz presente, principalmente, no ambiente escolar, ou até mesmo em pequenos grupos de amigos e atividades extracurriculares. Dados do IBGE mostram que mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram já ter sofrido com a prática de “bullying”, de provocação e de intimidação. Além disso, uma pesquisa canadense indicou que 77% das crianças com autismo relataram ter sofrido bullying no ambiente escolar.

A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

O bullying pode causar danos graves à saúde emocional e mental, resultando em baixa autoestima, ansiedade, depressão, transtornos alimentares, insônia, entre outros problemas. “Infelizmente, muitas pessoas ainda têm preconceito em relação ao autismo. Isso porque muitas vezes não compreendem ou não tem conhecimento acerca do TEA, e caem em pré-conceitos que estão enraizados há anos. Crianças e adolescentes diagnosticadas com transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, vivenciam vários tipos de desafios na escola. Isso pode ser devido à dificuldade da comunicação e também ao relacionamento com outras crianças”, ressalta Bruna Manzolli.

Segundo a especialista, crianças e adolescentes com outros tipos de transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Tourette e Deficiência Intelectual, também estão mais propensas a serem vítimas do bullying; em comparativo com pessoas não neurodiversas.

É comum que algumas pessoas fiquem com medo de denunciar que estão sofrendo bullying, ou que não consigam se comunicar a respeito da agressão que estão recebendo. Por este motivo, é muito importante observar possíveis sinais. 

Sinais de que uma pessoa autista é vítima do bullying

Alguns sinais de que alguém pode estar sofrendo bullying incluem:

  • Mudanças no comportamento ou humor: por exemplo, quando de repente a pessoa que tende a entrar e sair da escola de forma tranquila começa a demonstrar aversão pelo ambiente, com choros e comportamentos não esperados para seu perfil, mudança na socialização com pessoas que se sente confortável, começa a ter comportamentos evitativos, de fuga e se isola ou fica quieta, além do esperado.  isso pode ser um sinal de que algo está errado. Também podem ocorrer mudanças de humor, como irritabilidade, tristeza ou ansiedade;

  • Queda no desempenho escolar: o desempenho escolar cair repentinamente pode ser um sinal de que está sofrendo bullying, pois sente muita distração ou incapacidade de se concentrar;

  • Lesões físicas inexplicáveis: se alguém apresentar ferimentos inexplicáveis, como hematomas, arranhões ou cortes, isso pode ser um sinal de que ele está sendo agredido;

  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas: se alguém de repente perder o interesse em atividades que antes adorava, pode ser um sinal de que ele está se sentindo desmotivado ou triste;

  • Alterações no padrão de sono ou alimentação: quando surgem problemas de sono ou apetite, isso reflete diretamente em comportamentos de ansiedade e depressão, resultado de traumas gerados pelo bullying.


“É importante dizer que esses sinais não garantem necessariamente que a criança ou adolescente com autismo esteja sofrendo bullying, mas podem indicar que algo não está certo. Se os cuidadores suspeitarem de algo, é possível buscar abertura para uma conversa e oferecer apoio. Porém, para algumas pessoas com autismo que possuem dificuldades de socialização, nem sempre é possível avançar para esse lado e outras estratégias precisam ser implementadas”, pontua Bruna Manzolli.


Como ajudar pessoas autistas vítimas de bullying?


Com o bullying geralmente acontece no ambiente escolar, é preciso cobrar um posicionamento da própria unidade de ensino. Se mesmo com conversas e denúncias a escola não está tomando medidas adequadas para proteger a criança e o adolescente, você pode seguir os seguintes passos:


  • Peça à escola que apresente um plano de ação, com etapas específicas e detalhadas das decisões que a escola irá tomar para resolver o problema e proteger a criança e o adolescente;

  • Mantenha registros detalhados de todos os incidentes de bullying que você souber, incluindo a data, hora e local. Compartilhe essas informações com a escola para que eles possam entender a extensão do problema;

  • Seja persistente: se você sentir que a escola não está levando o problema a sério, continue a contatar a escola para que haja uma resolução. E-mails ou chamadas telefônicas regulares são importantes para acompanhar o progresso e verificar se o plano de ação está sendo implementado;

  • Se a escola não tomar medidas adequadas para resolver o problema, é possível buscar ajuda externa, como um conselheiro escolar, um advogado ou uma organização que lida com questões de bullying. 

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